PROJETO

FCRB

O acervo pessoal de Vinicius de Moraes no Arquivo-Museu de Literatura Brasileira

 

Recordo o dia em que o arquivo de Vinicius de Moraes chegou ao Arquivo-Museu de Literatura Brasileira (AMLB), vindo da casa da família localizada no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro. Foram muitas caixas de papelão repletas de documentos para organizar. O contrato de doação assinado entre a Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) e os familiares do poeta previa o período de 24 meses para a organização. Ao final desse prazo, caso o arquivo não estivesse organizado, haveria sua devolução à família do escritor. Na época, estávamos passando por uma reestruturação dos métodos de trabalho nos arquivos pessoais, e o arquivo de Vinicius de Moraes seria organizado dentro das novas orientações arquivísticas. E assim fizemos. Entre 1989 e 2011 recebemos novas doações de documentos do poeta. Estes foram igualmente organizados e constituem o arquivo Vinicius de Moraes.

Aqueles que pesquisam os documentos do arquivo têm uma agradável surpresa com a grafia de Vinicius de Moraes. Sua caligrafia não apresenta dificuldades de leitura e compreensão. Sua letra é muito limpa e bonita. Vinicius escrevia à mão com lápis preto. Muitos documentos do arquivo são manuscritos. Podemos destacar as letras de música e de poemas escritos à mão bem como outros textos sobre cinema e teatro.

O AMLB é responsável pelo tratamento técnico dos acervos sob sua guarda, o que inclui as atividades de preparação dos inventários, catalogação dos objetos museológicos, disponibilização das informações em base de dados, conservação e preservação. Também é responsável por divulgar seus acervos, promover o acesso e desenvolver pesquisas bibliográficas, históricas e crítico-genéticas a partir deles. Em 2020 firmou o Acordo de Cooperação Técnica com a VM Cultural, no qual estabeleceu uma parceria para a realização do “Projeto de digitalização do acervo de Vinicius de Moraes” aprovado em 2016.

O presente projeto, ao divulgar os documentos do poeta em formato eletrônico, atende ao objetivo estratégico da própria Fundação, qual seja, o de digitalizar anualmente pelo menos 5% de seu acervo literário.

Destaca-se que a digitalização dos documentos se constitui em um importante método de preservação e acesso, que deve ser amplamente valorizado por todos aqueles que incentivam, protegem e defendem a memória literária brasileira.

Agradecemos imensamente à família de Vinicius de Moraes por esta iniciativa pioneira.

 

Rosângela Florido Rangel
Chefe do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira

 

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Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB)

 

A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) tem sua origem no museu-biblioteca instituído em 1928 pelo presidente Washington Luís.

Em 1966, a instituição teve sua personalidade jurídica alterada pela Lei n.º 4.943, para melhor cumprir suas finalidades de desenvolvimento da cultura, da pesquisa e do ensino, como também a divulgação e o culto da obra e vida de Rui Barbosa.

A cronologia relaciona as principais iniciativas administrativas que marcaram a trajetória institucional. Dentre elas, além da criação do Centro de Pesquisa, ativo desde 1952, destaca-se, em 1972, a criação do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira (AMLB), que preserva documentos literários, iconografia, correspondência e originais de escritores brasileiros.

Em 2004, a Fundação teve sua estrutura atualizada por meio de novo estatuto.

Missão: preservar e dar acesso à obra de Rui Barbosa, ao seu acervo e ao de personalidades de destaque para o país, promovendo a pesquisa, o ensino e a difusão do conhecimento sobre temáticas relevantes para a história do Brasil.

Visão: ser reconhecida como principal instituição pública de captação e preservação de acervos privados, destacando-se na produção de conhecimento e formação acadêmica nas áreas de ciências humanas e sociais aplicadas.

Valor público: proporcionar um espaço de acesso à cultura, pesquisa, ensino e lazer, contribuindo para a preservação de acervos, a difusão da memória nacional e o exercício da cidadania.

Valores:

  • Valorização da cultura nacional
  • Inovação
  • Transparência
  • Ética
  • Compromisso com o cidadão

 

O Arquivo-Museu de Literatura Brasileira (AMLB)

 

O AMLB foi instalado na Fundação em 1972. Sua criação atendia a um apelo de Carlos Drummond de Andrade que, em sua coluna do Jornal do Brasil de 11 de julho de 1972, lamentava a falta de um museu de literatura como defesa contra as perdas da nossa memória literária.

Ao longo dos anos, o AMLB vem recebendo doações de acervos dos mais significativos escritores da língua portuguesa. Conta, atualmente, com 148 arquivos pessoais, uma coleção de documentos textuais avulsos – chamada Coleção AML, com aproximadamente 651 titulares – e uma coleção de objetos museológicos, com aproximadamente 2.000 peças ligadas à produção literária, à atividade profissional e à vida pessoal de escritores brasileiros.

 

Compõem o quadro do AMBL:

Eliane Vasconcellos
Graduada em Museologia e Letras. Doutora em Literatura Brasileira, com pós doutorado no Institut des Texte et Manuscrits modernes. Pesquisadora titular da FCRB.

Rosângela Florido Rangel
Graduada em Arquivologia. Doutora em Literatura Brasileira. Tecnologista da FCRB.

Laura Regina Xavier
Graduada em Arquivologia. Mestre em Bens Culturais e Projetos Sociais. Tecnologista da FCRB.

Marta Magalhães Clemente
Graduada em Ciências Sociais. Especialização em Administração Pública. Assistente em ciência e tecnologia da FCRB.

Eduardo Luiz de Barros Ribeiro
Graduado em Arquivologia. Mestrando em Gestão de Documentos e Arquivo. Técnico em ciência e tecnologia da FCRB.

Luís Felipe Dias Trotta Esteves
Graduado em História e Arquivologia. Mestre em Gestão de Documentos e Arquivo. Técnico em ciência e tecnologia da FCRB.

Cláudio Batista Vitena
Graduada em Ciências Sociais. Pós-graduanda lato sensu em Sociologia. Técnico em ciência e tecnologia da FCRB.

 

Tem sede na Rua São Clemente, 134, Botafogo – Rio de Janeiro
Telefone (21) 3289-8690 – AMLB
E-mail: amlb@rb.gov.br
Telefone (21) 3289-4670 – FCRB
www.casaruibarbosa.gov.br